Os linguistas estimam que uma percentagem

Elevada das línguas do mundo desaparecerá
provavelmente no decurso do presente século.
Metade delas (entre 6 e 8 mil) é atualmente falada
por menos de 10 mil pessoas e calcula-se que a
cada duas semanas desapareça uma. O crescimento
das línguas veiculares (particularmente o inglês)
associado aos processos de globalização acarreta
consequências significativas para as línguas de
todo o mundo. As mudanças ocorridas nas línguas
como reação a uma multiplicidade de fenômenos
políticos, sociais, econômicos e culturais e os efeitos
da globalização na diversidade linguística, estão
muito longe de ser simples e, frequentemente, são
contraditórios.
Em muitos casos, a substituição de
línguas minoritárias não ocorre a favor do inglês
mas sim em benefício de outras línguas e dialetos
regionais rivais, o que leva a pensar que o uso
generalizado do inglês se limita possivelmente a
finalidades especificas, como as transações ou a
comunicação funcional. A globalização encorajou
também perspectivas mais diversificadas e híbridas do
inglês, revelando formas extremamente complexas de
interação, em que a língua, a identidade e as relações
se influenciam reciprocamente, do mesmo modo que
os falantes adotam formas herdadas de linguagem a
novas finalidades e contextos culturais.
Muitas comunidades linguísticas encontram-se
atualmente dispersas por diferentes países como
consequência das migrações, da expansão colonial,
dos deslocamentos de refugiados e da mobilidade
profissional. À medida que aumenta a variedade
dos vínculos entre língua e lugar, os esquemas
de comunicação apresentam uma variedade
crescente caracterizada por mudanças de códigos,
pelo plurilinguismo e pela aquisição de diferentes
capacidades de compreensão e expressão em
idiomas e dialetos distintos, tendo, para além disso,
como traço distintivo, uma fusão de capacidades
linguísticas totais, parciais ou especializadas.
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